DESCOBREM UMA ACUMULAÇÃO DE RESÍDUOS DE PLÁSTICO NO NORTE DO OCEANO ATLÂNTICO
Filipa Alves (25-02-10)
A densidade de pequenos pedaços de plástico é equivalente à da chamada “Grande Mancha de Resíduos do Pacífico” e os seus efeitos são ainda desconhecidos, embora se saiba que a ingestão por aves marinhas é prejudicial para os animais.
A acumulação de resíduos de plástico em alto mar é um fenómeno conhecido sendo particularmente famosa uma mancha de resíduos alegadamente do tamanho do Texas que se encontra à deriva no Oceano Pacífico.
Agora, cientistas americanos vêm dar a conhecer um caso semelhante mas no Oceano Atlântico. Com efeito, cientistas da Sea Education Association (SEA) levaram a cabo um estudo ao longo de 20 anos que revelou que existe uma acumulação de resíduos de plástico no Atlântico Norte.
Ao longo de duas décadas, foram recolhidas amostras de água através arrastamento por uma embarcação de uma rede parcialmente submersa, naquele que é o estudo mais longo e mais vasto sobre os resíduos à deriva.
Dos 6100 “arrastos” realizados nas Caraíbas e no Atlântico Norte, ao largo dos Estados Unidos, metade revelou a presença de pedaços de plástico na superfície marinha, a maior parte com menos de 1cm de diâmetro.
Segundo explica Karen Lavender, da associação SEA “Mais de 80% dos pedaços de plástico que recolhemos em arrastos encontravam-se entre os 22 e o 38 graus norte”, uma zona onde os resíduos se parecem acumular.
A máxima densidade destes pedaços de plástico registada foi de 200 000 fragmentos por quilómetro quadrado, o equivalente à densidade máxima da “Grande Mancha de Resíduos do Pacífico”, esclarece a investigadora.
O tamanho exacto desta mancha de fragmentos de plástico permanece por determinar, bem como os seus efeitos no ambiente. No entanto, explica Karen Lavender “sabemos que muitos organismos marinhos estão a consumir estes plásticos, o que é prejudicial no caso particular das aves marinhas”.
Retirado de:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=15788&bl=1