Filipa Alves (31-03-10)
O governo do Brasil, o maior consumidor de preservativos no mundo, tem em marcha um projecto para fabricar preservativos de borracha natural produzida a partir de látex obtido de forma sustentável de uma reserva, que deste modo adquire importância económica, reduzindo os incentivos à desflorestação.
No âmbito do seu programa de luta contra a SIDA o governo do Brasil aposta na prevenção, nomeadamente através do uso de preservativos que fornece gratuitamente. Com efeito, na “cesta básica” que é distribuída às pessoas com baixo rendimento são incluídos preservativos que cumprem também a função de incentivar o planeamento familiar.
Globalmente o governo brasileiro é o maior consumidor de preservativos, importando mais de um bilião de unidades anualmente, produzidas com borracha sintética. De forma a reduzir a dependência na importação o estado Brasileiro pôs em marcha um projecto que, para além reduzir a necessidade de importação de preservativos, pode constituir um importante contributo para a conservação das florestas tropicais nacionais.
O programa passa pelo restabelecimento de uma prática que em tempos trouxe ao Brasil muita prosperidade – a produção de borracha natural a partir do látex extraído das árvores na Amazónia – e que mais tarde foi abandonada devido ao aparecimento de borracha sintética, cujos custos de produção são inferiores.
Com efeito, foi aberta uma fábrica no estado de Acre que permitirá produzir 100 milhões de preservativos anualmente a partir de látex obtido de uma reserva florestal de forma sustentável. Esta actividade resultará na criação de emprego na região, gerando sustento para 550 famílias e reduzindo simultaneamente os incentivos à desflorestação, contribuindo assim para a conservação das florestas.
O esquema está a actualmente a ser reproduzido por empresas para a produção de sacos de supermercado e malas de senhora que são colocadas no mercado com a indicação no rótulo de que são fabricadas a partir de borracha sustentável. Uma destas empresas é a Treetap que detém uma patente de látex, que certifica que os seus produtos são de “comércio justo” e que se gaba de ter colocado a preservação da florestal tropical no cerne da sua política de negócios.
Fonte: www.guardian.co.uk
Retirado de:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=17270&bl=1