sexta-feira, 23 de outubro de 2009

LOBO-IBÉRICO CAÇA PRÉMIO MUNDIAL DE FOTOGRAFIA

por BRUNO ABREU
Hoje

Um lobo-ibérico foi a grande estrela dos prémios fotográficos Veolia Environment Wildlife, entregues pela BBC e Museu Nacional de História Natural de Inglaterra.

Esta espécie, que habita o Norte de Portugal e de Espanha, foi captada num momento de caça, mas sem sangue. Aves lutadoras, gatos ciumentos e insectos solitários foram os outros vencedores.

Diz o ditado que quem espera sempre alcança e, este ano, a paciência deu ao espanhol Jose Luiz Rodriguez o prémio Veolia Environment Wildlife na categoria de Retratos de Animais. A foto é de um lobo-ibérico a saltar uma cerca, num acto de predação que foi antecipado por Rodriguez.

"Queria capturar um lobo num acto de caça, mas sem sangue", disse o fotógrafo à BBC News, acerca da maneira como, muitos anos antes, planeou esta foto que até chegou a esboçar em papel. "Não queria uma imagem cruel", explicou. O júri e fotógrafo Mark Carwardine considerou que Rodriguez conseguiu capturar "milhares de anos de interacção entre Homem e lobo num momento apenas". A competição, que já vai na sua 45ª edição, é organizada pela BBC Wildlife Magazine e pelo Museu Nacional de História Natural de Londres.

O lobo-ibérico habita apenas a zona noroeste da Península Ibérica, distribuindo-se pela Galiza, Astúrias, Cantábria e Leão e Castela além de matilhas isoladas na serra Morena. Em Portugal haverá cerca de 300 lobos-ibéricos nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Bragança, além de uma pequena área no distrito do Porto e a sul do Douro. No total na Península haverá cerca de 2000 indivíduos.

A alcateia do sul do Douro foi, ainda este mês, notícia quando as associações ambientalistas Quercus e FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens) ameaçaram apresentar uma queixa contra o governo português na União Europeia. Os ambientalistas contestam a construção de um parque eólico que pode colocar em causa a sobrevivência dessa importante alcateia.
"Somos favoráveis às energias renováveis, mas não a qualquer custo", afirmou, na altura, Samuel Infante, da QUERCUS, frisando que as medidas de minimização do impacto do parque eólico que foram propostas "não são suficientes" para proteger os lobos da alcateia de Leomil.
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