sexta-feira, 4 de março de 2011

ANTENAS DA TRAÇA

Inspiram nova ferramenta contra a doença de Alzheimer
Isabel Palma (04-03-11)

Um grupo de cientistas da Universidade de Michigan inspirou-se no óleo de revestimento das antenas da traça para estudar os péptidos beta-amilóides envolvidos nas doenças neurodegenerativas. Este óleo permitiu estudar estes péptidos com maior detalhe, o que poderá ajudar a alcançar novas ferramentas para combater estas doenças.

De forma a detectar a presença de fêmeas nas redondezas, o macho da traça utiliza um revestimento oleoso nas suas antenas. Qualquer molécula de feromona das fêmeas presente no ar ficará presa neste revestimento que depois o guia através de nanotúneis até ao exosqueleto do insecto e por fim até às células nervosas. O macho fica assim a saber que há fêmeas na zona.

Cientistas da Universidade de Michigan copiaram este sistema de forma a compreender melhor as doenças neurodegenarativas nomeadamente a doença de Alzheimer.

Michael Mayer, um professor associado desta Universidade, está particularmente interessado nas proteínas denominadas péptidos beta-amilóides. Pensa-se que quando se unem e formam fibras podem afectar negativamente o cérebro.

De forma a estudar a forma e tamanho destas fibras, Mayer e a sua equipa criaram um fluido com lípidos em bi-camada, ou seja, a sua versão do óleo presente nas antenas da traça. Este fluído é aplicado num chip de silicone que tem um pequeno poro (nanoporo) que o perfura. O chip é colocado entre duas câmaras de água salgada, uma das quais contém também os péptidos referidos. É aplicada uma corrente eléctrica ao nanoporo para que os péptidos que estejam ligados ao fluido oleoso possam ser guiados para esta zona, o que altera a sua resistência eléctrica no processo. Através da análise destas mudanças, os cientistas podem determinar o tamanho, carga eléctrica e forma das moléculas.

“As técnicas existentes não permitem monitorizar bem o processo. Nós queríamos ver a aglutinação destas partículas através do uso de nanoporos, mas cada vez que tentávamos, os poros ficavam entupidos,” refere Mayer. “Depois fizemos estes revestimento e agora a nossa ideia funciona… Isto pode possibilitar o diagnóstico e compreensão do que corre mal numa categoria de doenças neurodegenerativas como Parkinson, Huntington e Alzheimer."

Esta investigação foi publicada na revista Nature Nanotechnology.


Fonte: www.gizmag.com


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Retirado de:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=31470&bl=1

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