18 de Março de 2009, 11:02
A maioria dos operadores de fornecimento de água em Portugal desperdiça pelo menos um terço da água que extrai do rio, mas também existem casos de sucesso, disse à Lusa o presidente do Instituto Regulador de Água e Resíduos (IRAR).
No 5º Fórum Mundial da Água, que decorre esta semana na cidade turca de Istambul, o problema eminente da escassez da água na Europa é um dos temas fortes em debate.
"A escassez da água associada ao problema das alterações climáticas é um problema sério do mundo e da Europa, principalmente do sul, e terá um fortíssimo impacto nos serviços de água", disse à Lusa o presidente do IRAR, Jaime Melo Batista, presente no evento em Istambul com cerca de 29 mil participantes.
Para o especialista, "é preciso tomar medidas e uma delas é que os operadores de serviços de água tenham uma elevadíssima preocupação em reduzir perdas", ou seja, que o que é extraído do rio tenha um volume de água muito próximo ao que é distribuído.
No entanto, "em Portugal temos situações em que metade se perde no caminho, e isso é inaceitável numa perspectiva de crescente escassez", lamentou o presidente do IRAR.
"É insustentável continuarmos a tirar dos rios o dobro daquilo que precisamos e é também insustentável o dinheiro que isso envolve", alertou.
A maioria dos operadores tem perdas "que rondam os 30 a 40 por cento", ou seja, "há um terço da água que não chega ao destino".
"O que o IRAR diz é passe-se a medir as perdas, coisa que no passado não acontecia, reportem-se publicamente quanto se gasta e comparem-se os operadores", explicou, acrescentando que existem também operadores que estão abaixo dos dez por cento, "o que é excelente".
O IRAR entende que é preciso promover planos de reabilitação de rede e controlo de perdas para fazer baixar as perdas e Jaime Melo Batista garante que alguns promotores já iniciaram esses programas.
SAPO/Lusa
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