MARIANA BARROS
da Folha de S.Paulo
Daqui a sete anos, a cidade de São Paulo pode ficar um pouco mais verde se as metas previstas no novo Plano Diretor do município forem cumpridas.
A proposta, que ainda está em discussão e deve ser entregue à Câmara até o final do ano, prevê a ampliação das áreas arborizadas em 29 das 31 subprefeituras. As únicas que não devem ganhar espaços verdes são Vila Mariana (zona sul) e Ermelino Matarazzo (zona leste).
Segundo a Secretaria do Verde, responsável pelo plano, isso não significa que essas regiões não possam ganhar mais árvores nos próximos anos. Mas, atualmente, não há áreas municipais nem particulares passíveis de desapropriação que possam virar parques.
Mas, mesmo se tudo der certo, moradores de 19 dos 31 distritos da cidade continuarão, em 2016, a ter menos verde do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde -12,13 m2 por morador.
O índice atual na cidade de São Paulo é de 11,58 m2.
Mais verde
Pelas metas do Plano Diretor, a prefeitura planeja uma ampliação das áreas verdes equivalentes a 33 parques Ibirapuera. Não há uma previsão do custo total da proposta.
O Plano Diretor é uma revisão do conjunto de diretrizes que nortearão os rumos da cidade pelos próximos anos. Nada acontece, porém, se as metas não forem cumpridas pela administração.
Na Subprefeitura da Capela do Socorro (zona sul), que abarca os distritos de Socorro, Cidade Dutra e Grajaú, está previsto o maior aumento de áreas verdes entre todas as unidades administrativas da capital.
O índice atual, de 1,42 m2 verde por morador, subirá para 12,13 m2 verdes em 2016.
Desapropriação
De acordo com a Secretaria Municipal do Verde, para ampliar a criação de parques, praças e canteiros serão usadas áreas municipais e também particulares, que deverão ser desapropriadas.
"Estamos estudando 185 áreas privadas, com um universo variado de tamanhos, que podem ser desapropriadas", afirma a geóloga Patrícia Seppi, do setor de planejamento ambiental da Secretaria do Verde.
De acordo com a geóloga, devem ser implantados 50 novos parques na cidade de São Paulo até 2012, quando acaba a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
A secretaria informou que a verba virá do orçamento da pasta (R$ 197 milhões), do Fema (Fundo Especial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de R$ 93,6 milhões) e do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano, de R$ 52 milhões) --este último a ser totalmente aplicado na implantação de parques lineares.
Outras fontes de recursos serão as parcerias e contrapartidas pagas por terceiros.
A construção do Rodoanel, por exemplo, prevê como compensação ambiental a criação de áreas verdes pagas pela Dersa (Empresa de Desenvolvimento Rodoviário).
Já a Sabesp deve firmar um convênio para adquirir áreas no entorno das represas Billings e Guarapiranga para preservá-las. Outorgas onerosas, que são permissões para construir além do permitido mediante o pagamento de determinada quantia, também devem alimentar o programa.
A pasta conta ainda com a verba proveniente de parcerias firmadas com a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e com as subprefeituras.
De acordo com a secretaria, serão 50 milhões de metros quadrados de áreas protegidas ao final da gestão, em 2012.
Retirado de:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u607460.shtml
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