27/07/2009 - 10h52
LEANDRO NOMURA da Revista da Folha
Nos últimos anos, a crescente verticalização das metrópoles se refletiu na maneira de cultivar flores e folhagens, que, literalmente, subiram pelas paredes. Com espaços cada vez mais raros destinados a jardins tradicionais, casas e apartamentos têm ganhado painéis verticais recheados de plantas de diferentes espécies.
No Brasil, três técnicas de verticalização de jardins são usadas de maneira frequente. Em uma delas, as plantas são instaladas sobre uma superfície de fibra de coco ou sobre uma tela especial para o plantio, que são fixadas em um painel de plástico ou de metal.
Em outra, é construído um muro com blocos vazados, onde flores e folhagens são plantadas. A terceira técnica consiste em engatar porta-vasos de plástico de alta resistência, com proteção UVA e UVB, em uma estrutura de alumínio marítimo, que não oxida e é resistente à maresia.
Dependendo do método usado, é possível instalar os painéis em áreas internas e externas. Além de decorarem ambientes, eles servem como proteção acústica e como isolantes térmicos, ajudando a regular a temperatura ambiente. Podem ser colocados em fachadas, muros, varandas, salas ou em qualquer outro lugar que tenha um mínimo de luz natural. Por causa da umidade, banheiros que recebem luz natural são os lugares ideais para esse tipo de projeto.
A escolha das plantas que irão enfeitar o painel requer a análise do microclima do local de instalação. São levadas em consideração a luminosidade, a força dos ventos e a existência ou não de ar-condicionado e de fatores específicos de cada lugar, como a maresia. "Temos mais de 500 espécies de plantas para jardins verticais, entre folhagens e flores, mas samambaias, begônias, rhipsalis e orquídeas são os grandes curingas", explica a paisagista Gica Mesiara, da Quadro Vivo.
Daniela Cavallari, sócia da Verde Vaso, empresa que desenha jardins verticais em seus projetos, concorda: "Plantas que precisam de pouca ou nenhuma terra são as mais recomendadas".
Como irrigar
A principal dificuldade em verticalizar os jardins é a irrigação. Caso seja feita de maneira manual, há o risco de não ficar uniforme: as plantas da parte inferior tendem a encharcar mais do que as que estão fixadas na parte de cima. "A irrigação manual pode ser feita, mas tem que ser muito precisa. Por isso, é mais indicada a irrigação automatizada", afirma o paisagista Gil Fialho.
Se houver mais de uma espécie de planta em um mesmo painel, a irrigação se torna ainda mais complexa, já que cada uma das espécies necessita de quantidades diferentes de água. Nesse caso, é preciso usar uma central de automação que trabalhe por setores: rega de acordo com a necessidade de cada tipo de planta.
A manutenção é simples. Baseia-se em poda a cada três meses para a retirada de folhas amareladas, além de adubação, que pode ser feita por meio de um borrifador. "A poda é necessária para manter o espaço das espécies sem que uma avance sobre a outra", explica Fialho. A durabilidade é semelhante à de um jardim convencional.
Como todas as belezas, essa também tem seu preço. Varia de R$ 600 a R$ 1.800 o metro quadrado, dependendo da técnica, das espécies de plantas, do tamanho do painel e da estrutura da parede ou do muro onde o projeto será instalado. Em casos de uso de irrigação automatizada, são necessários um ponto hidráulico, outro de energia e um dreno para conter excessos de irrigação.
Retirado de:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u600824.shtml
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