quinta-feira, 29 de abril de 2010

A ODISSEIA DAS SEMENTES

Maria Carlos Reis

As sementes são os agentes de reprodução de um enorme número de plantas. No seu processo de dispersão e posterior desenvolvimento, fazem longas viagens, enfrentam grandes riscos e sabem esperar, por vezes séculos, pelo momento adequado de germinação.

As sementes produzidas por uma planta devem ser encaradas, não só como os seus agentes da reprodução, mas também como os veículos que tem à disposição para a colonização de novos espaços, de modo a alargar o domínio da espécie a que pertence.

Para esta última função, cada semente está equipada com uma reserva nutritiva suficiente para sustentar a nova planta durante os seus primeiros estádios de crescimento, até que atinja autonomia em termos de produção fotossintética. Extraordinário é o facto de todas estas reservas poderem estar contidas num grão, que pode ser mais pequeno do que um simples grão de areia.

As dimensões reduzidas podem constituir uma vantagem em termos de dispersão, mas mesmo assim, diversas plantas desenvolveram mecanismos que a complementam. É o caso do dente-de-leão, cujas sementes possuem um dispositivo de voo constituído por um minúsculo disco de fibras, que actua como um pára-quedas. As sementes encontram-se dispostas no topo de um caule para que qualquer sopro do vento ou de um criança, por mais delicado que seja, possa lançar no ar centenas de sementes, que se elevam bem alto no céu e que podem percorrer grandes distâncias.

Mas os métodos de dispersão que necessitam de uma "ajudinha" do vento não são muito eficazes no interior de estruturas fechadas, como um bosque. No entanto, as árvores podem explorar a sua altura, para garantirem que as sementes não caiam directamente no chão, junto dos progenitores. A Anisoptera, uma das árvores mais altas das florestas tropicais asiáticas, produz sementes com duas asas finas e de comprimentos diferentes. Esta assimetria faz com que a estrutura gire quando libertada, assemelhando-se a um pequeno helicóptero a rodopiar, o que lhe proporciona a possibilidade de viajar centenas de metros.

Apesar do vento ser o agente dispersor mais comum, algumas árvores enviam as suas sementes em verdadeiras cruzadas pelos mares. O exemplo mais famoso é o do coqueiro, que despacha a sua semente dentro de uma casca dura, contendo tudo o que será necessário durante uma longa viagem. É um verdadeiro kit de sobrevivência, incluindo reservas muito nutritivas e cerca de 2 dl de água. Tudo isto está envolvido por uma camada fibrosa que mantém o côco à superfície da água.

Para além do vento e da água, os animais são frequentemente utilizados como agentes dispersores por uma grande diversidade de plantas. Elas utilizam todos os meios ao seu alcance para estabelecerem os contratos de prestação de serviços com os animais: para além do normal pagamento pelos serviços prestados, recorrem a técnicas pouco éticas como a exploração e o suborno. Basta andarmos no meio de vegetação rasteira para descobrirmos que também nós podemos ser explorados. Tal acontece com os mamíferos, que transportam sementes presas por espinhos curvos e minúsculos, que se prendem aos seus pêlos.

A boleia pode parecer uma técnica praticamente inócua, mas existem casos em que pode causar danos graves. É o caso da Harpagophytum procumbens, uma trepadeira rasteira sul-africana, que produz sementes protegidas com cápsulas cobertas de ganchos muito pontiagudos e fortes. Quando pisados por um elefante ou rinoceronte, estes ganchos prendem-se à parte inferior das patas e mantêm-se presos, com todos os incómodos que daí advêm, até que a cápsula se rompa, para que as sementes sejam dispersas.

Se existem casos de exploração, também existem outros em que as plantas gratificam os seus carregadores, ao produzirem sementes revestidas de substâncias oleosas e nutritivas. As formigas são muitas vezes parceiras nas relações de cooperação estabelecidas com as plantas, recolhendo e transportando as sementes para os seus formigueiros. Enquanto conseguem alimento fácil, as sementes conquistam a posição ideal debaixo da terra, onde podem germinar em segurança, longe de potenciais consumidores, que normalmente são responsáveis pelo consumo de 99% das sementes libertadas. (Isto porque as formigas cumprem a sua parte no contrato - não "tocam" nas sementes!)

Mas existe uma forma mais arriscada de atrair um carregador, que consiste na produção de uma semente completamente revestida por uma embalagem nutritiva - o fruto, que estimule os animais a engolir ambas. No entanto, esta estratégia exige que a semente esteja completamente desenvolvida antes da ingestão. Para diminuir riscos de desperdício, durante o desenvolvimento das sementes, a planta produz frutos de polpa extremamente ácida e amarga.

Enquanto este processo está a decorrer, para além do sabor desagradável, a ingestão de frutos pode causar distúrbios no aparelho digestivo, o que é suficiente para desencorajar os animais.
Para completar esta estratégia, a planta desenvolveu sinais, emitidos pelo fruto, que indicam ao carregador o momento em que pode iniciar o "banquete". Entre os sinais mais comuns contam-se os visuais, pois de forma coincidente com o pleno desenvolvimento da semente ocorre uma alteração da cor do fruto. Contudo, os sinais olfactivos conseguem atingir um maior público, já que o odor de frutos maduros consegue atrair animais a grandes distâncias, como acontece com os morcegos frugívoros.

Das sementes ingeridas, as que são deixadas nos locais onde os frutos foram colhidos, não serão bem sucedidas, pois não cumprem o objectivo da dispersão, para além das novas plantas serem obrigadas a competir com os seus progenirores pelos recursos ambientais. No entanto, existem sempre algumas que são inadvertidamente engolidas pelos animais e transportadas ao longo do tubo digestivo, até serem evacuadas, por um feliz acaso, a uma distância considerável. Estas sementes têm ainda a vantagem de serem acompanhadas por uma quantidade de fertilizante natural, que lhes garante maiores possibilidades de sobrevivência após germinação.

Contudo, nem todas as sementes têm de passar por todo o sistema digestivo para serem transportadas. A regurgitação é um comportamento comum entre as aves, que desta forma expelem as sementes, após terem aproveitado a polpa nutritiva dos frutos. Este comportamento é vantajoso para as aves, que assim não necessitam de carregar no aparelho digestivo um grande peso.

Outro dos riscos envolvidos na estratégia de compensação dos carregadores com a polpa nutritiva dos frutos, prende-se com o facto das sementes serem igualmente muito nutritivas e, por isso, vantajosas para os animais que as ingerem. Por este motivo, algumas plantas desenvolveram mecanismos para impedir que elas sejam destruídas acumulando, por exemplo, veneno no seu interior. É o caso do teixo, cujas sementes estão cobertas por uma camada carnosa, apreciada por muitas aves. Os seus bicos não são suficientemente fortes para lesarem a semente, o que é vantajoso para os dois intervenientes, já que deste modo os animais não são afectados pelo veneno das sementes e a planta garante que estas sejam dispersas.

Assim, de uma ou de outra forma, planando no céu, à deriva nas águas de rios e mares, presas nos pêlos dos animais ou em combustão lenta nos seus estômagos, muitas sementes atingem destinos onde podem começar a sua vida, longe do domínio dos seus progenitores. Todavia, este desenvolvimento não ocorre de imediato, já que elas esperam um sinal do meio ambiente que lhes garanta que é a altura apropriada para o fazerem. Estes estímulos são variados e vão desde o ligeiro aumento da temperatura nas regiões temperadas, quando a um Inverno frio se segue uma Primavera quente; a um chuvisco repentino em regiões desérticas; ou a um fogo em certos tipos de matos.

Esta espera só é possível porque a maior parte das sementes é capaz de esperar um período considerável de tempo antes de germinar, até que as condições sejam favoráveis para o fazer.
Nos desertos elas podem esperar décadas por um aguaceiro, assim como nos climas frios das tundras por um aquecimento. Esta impressionante capacidade foi demonstrada pelas descobertas no Japão, em 1982, aquando das escavações de um antigo povoado de idade estimada em 2 000 anos. Num dos poços utilizados para armazenamento das colheitas foram encontrados alguns grãos de arroz, escurecidos e mortos. Contudo, entre eles havia uma semente diferente, que foi semeada e que desabrochou: era uma magnólia!

Retirado de: http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=2&cid=18014&bl=1&viewall=true#Go_1

domingo, 25 de abril de 2010

DIÁLOGOS COM AS ECOVILAS

CONVIDA
OÁSIS INSTITUTO ELOS

Dia 28 de Abril de 2010, das 19 às 21 horas
(Não é necessária inscrição prévia. Pede-se chegar com 15 minutos de antecedência)

Integrando o programa Diálogos com as Ecovilas, a UMAPAZ apresenta no dia 28 de Abril, das 19h às 21h, a palestra de Paulo Farine sobre o Oasis Instituto Elos, um programa que recebe jovens de vários países para atuar cooperativamente na comunidade.

O Instituto Elos é uma organização não governamental, que nasceu em 2000 em Santos - São Paulo, pelo sonho de quatro estudantes de arquitetura. Conta hoje com uma equipe de colaboradores e vários apoiadores e parceiros em todo o mundo. A partir de seu propósito que é "Impulsionar o movimento de fazer acontecer já o mundo que todos sonhamos", de suas crenças e princípios, vem desenvolvendo metodologias, produtos e serviços que contemplam 7 disciplinas: o Olhar, o Afeto, o Sonho, o Cuidado, o Milagre, a Celebração e a Re-evolução. O Elos foca em ações rápidas e de alto impacto que despertam grupos de determinado local a assumirem a liderança de seu próprio desenvolvimento.

Sobre o palestrante:

Paulo Farine é facilitador do Instituto Elos, aplicando a metodologia Elos-Oasis em diferentes comunidades no Brasil e no exterior. Foi um dos idealizadores do movimento Oasis Santa Catarina (2009) que reuniu 300 jovens de 10 estados brasileiros e mais de 2000 pessoas de 6 cidades do Vale do Itajaí/SC, no desafio de construir coletivamente 18 obras em espaços públicos, como praças, parques e jardins em apenas 7 dias. Hoje o movimento se espalhou para diferentes partes do mundo envolvendo pessoas diversas. Desenvolve projetos que reúnem cooperativamente jovens, organizações sociais, empresas e gestores públicos para desenharem uma iniciativa que é comum a todos e inspirá-los a colocar a "mão na massa" de forma divertida.

Serviço: Programa DIÁLOGO COM AS ECOVILAS

Palestra: Oasis Instituto Elos

Palestrante: Paulo Farine

Público focalizado: Interessados em sustentabilidade e experiências internacionais

Dia e Horário: 28 de abril, das 19h às 21h

Local: UMAPAZ - Av. IV Centenário, 1268, Portão 7-A, Parque Ibirapuera

Coordenação: Eveline Limaverde

(Não é necessária inscrição prévia. Pede-se chegar com 15 minutos de antecedência)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

PRODUÇÃO DE BIOCOBUSTÍVEIS

A PARTIR DE CULTIVOS AGRÍCOLAS É MENOS EFICIENTE DO QUE PRODUÇÃO DE ALIMENTO
Filipa Alves (20-04-10)

Esta é a conclusão de um estudo realizado por investigadores americanos que avaliou a energia consumida e gerada pelo cultivo de milho, soja e trigo usando quatro sistemas agrícolas diferentes.

A utilização de terras agrícolas com o objectivo de produzir biomassa para fabricar combustíveis, em vez de cultivos de alimento para consumo humano tem sido alvo de muita polémica, sobretudo porque a terra arável é um recurso finito.

Como critério para decidir entre a alocação de terra para a produção de alimento ou para o fabrico de combustíveis cientistas americanos propõem se opte pela solução mais eficiente em termos energéticos.

A fim caracterizar o perfil energético das duas opções cientistas da Universidade Estatal do Michigan avaliaram a quantidade de energia consumida e gerada pelo cultivo de milho, soja e trigo usando quatro sistemas agrícolas diferentes – lavoura convencional, sem revolver a terra, com reduzido consumo de químicos e orgânica – ao longo de 18 anos.

Os resultados revelaram que a produção de grãos com fins alimentares usando métodos que não revolvam a terra é a mais favorável em termos energéticos, já que ao não revolver a terra se poupa em combustível essencial ao funcionamento dos tractores.

Por outro lado, verificou-se que a produção de um 1Kg de milho para consumo humano representa um ganho energético maior do que se se converter essa massa em etanol ou se for utilizada para produzir ração para animais.

Por outro lado, a produção de alfafa para fabrico de biocombustível é 60% mais eficiente do que a sua utilização para o fabrico de alimento para o gado.

Segundo Ilya Gelfand, que participou no estudo “O ideal é produzir milho como alimento, e depois deixar metade dos talos e das folhas no terreno para a conservação do solo e usar a outra metade para produzir etanol de origem celulósica”.

E Phil Robertoson acrescenta “Pode não haver talos de milho em quantidade suficiente para suprir as necessidades energéticas e nesse caso a política a adoptar pode ser a oferta de incentivos para o produção de culturas que ofereçam maiores benefícios ambientais que o milho, incluindo os incentivos para a produção de herbáceas [para fabrico de biocombustíveis] em terras menos produtivas”.
Retirado de:

quinta-feira, 22 de abril de 2010

DIA MUNDIAL

TERRA: 40 anos de celebração e continua tudo na mesma
por BRUNO ABREU

Hoje

QUERCUS AVISA QUE EXCESSO DE CONSUMO ESTÁ A DESTRUIR O PLANETA

"O nosso relacionamento com o planeta Terra piorou nos últimos anos. Apesar de estarmos mais eficientes, temos cada vez mais produtos a gastar mais. A pressão sobre a Terra está a tornar-se cada vez maior", avisa Susana Fonseca, presidente da Quercus. Por isso, esta associação ambiental admite que quarenta anos depois da primeira comemoração do dia da Terra, este planeta está na mesma ou pior.

O excesso de produção e de consumo parece ser a maior das "doenças" e a que provoca o resto dos males do mundo. A Quercus aponta, até, para a iminência de um cataclismo de magnitude planetária, em que as alterações climáticas são apenas um dos sintomas.
Dados da associação ambientalista indicam que, para mantermos este nível de consumo de recursos precisamos de um planeta e meio. No caso de Portugal, o número sobe para dois planetas e meio. É como ter um frigorífico cheio de comida em casa, mas o apetite voraz exigir dois e meio para sustentar a fome.

A culpa parece ser da nossa sociedade: "É-nos passada uma imagem de consumo e de luxo, em que o valor das pessoas vem daquilo que têm e não do que são. Isto é uma atitude insustentável para quem se preocupa com questões ecológicas", diz Susana Fonseca. Uma questão de elevada importância num planeta em que três em cada quatro pessoas vivem em países em débito ecológico.

Estas são as nações que não conseguem produzir dentro das suas fronteiras os produtos que consomem, nem desfazer-se dos resíduos que produzem. "Este desrespeito pelos limites do planeta Terra acontece quando apenas mil milhões de pessoas têm uma vida abastada, mil a dois mil milhões vivem em economias de transição e cerca de três a quatro mil milhões sobrevivem com apenas alguns euros por dia", diz a responsável da Quercus.

"Quarenta anos volvidos, não temos um balanço positivo da nossa relação com o planeta Terra. Face ao conhecimento que actualmente possuímos, estamos bastante aquém", conclui a presidente.

Mas, afinal, o que é que nestes 40 anos não conseguimos alterar para mudar este cenário? Em resposta, Susana Fonseca aponta três falhas: a primeira é o excesso de produção e de consumo. "A falha maior", aponta a ecologista: "Consumimos muito mais do que aquilo que necessitamos e os indicadores que se baseiam nisto não são sustentáveis." O problema terá começado nos anos 1980 quando passamos a ter um défice de pegada ecológica. A partir daí foi sempre a piorar.

O segundo problema destes 40 anos foi o não desenvolvimento de energias renováveis. "Há muito que as conhecemos, mas ninguém investe nelas", frisa Susana Fonseca, que lamenta que a crise de petróleo de 1973 não tenha ensinado nada acerca dos problemas deste combustível fóssil.
Em terceiro vem a falta de educação ambiental, uma questão que se estende a toda a gente, inclusive aqueles que têm as rédeas do mundo: "O que me espanta é que haja um consenso sobre as alterações climáticas, mas que ninguém tenha tido a coragem para que se assine um protocolo", critica. Para a Quercus, é preciso que as pessoas saibam viver com o planeta, "sem serem agressivos".

"É preciso formar pessoas, principalmente os líderes, antes que fiquemos sem recursos. O grande problema é que estivemos estes anos todos sem ligar nada ao planeta e agora temos de aprender rapidamente como tratar dele", acrescenta Susana Fonseca.

Passados 40 anos, o cenário não é famoso, por isso a ecologista espera que quando chegarmos aos 50 anos do dia da Terra, estes três problemas estejam resolvidos: "Isto sendo bastante optimista."
Retirado de:
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1550233&seccao=Biosfera

terça-feira, 20 de abril de 2010

LANÇADA 2.ª EDIÇÃO DO ATLAS DOS ANFÍBIOS E RÉPTEIS DE PORTUGAL

Filipa Alves (19-04-10)

A nova versão conta com uma nova apresentação gráfica da informação sobre a distribuição e características específicas, ameaças e medidas de conservação a nível nacional das 47 espécies da herpetofauna terrestre e 5 espécies de tartarugas marinhas que ocorrem naturalmente em território nacional.
Foi recentemente reeditado pela Esfera do Caos Editores o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.

Lançada pela primeira em 2008 esta publicação veio actualizar os dados de distribuição de 47 espécies de sapos e rãs, salamandras e tritões, cágados, lagartos e lagartixas, cobras e osgas que ocorrem naturalmente em terra no território nacional, bem como 5 espécies de tartarugas marinhas.

A informação sobre as áreas de ocorrência de cada espécie é complementada por uma ficha que resume as suas características, identificando as principais ameaças e medidas de conservação, apresentadas com um novo grafismo.

A edição do atlas foi coordenada por Armando Loureiro, Nuno Ferranda de Almeira, Miguel A. Carretero e Octávio S. Paulo e o livro foi publicado com os apoios do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, da Fundação Calouste Gulbenkian, do Oceanário de Lisboa, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto e do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O livro será apresentado no próximo dia 30 de Abril na Conferência Internacional sobre Ecologia e Conservação de Anfíbios por Humberto Rosa (Secretário de Estado do Ambiente), Teresa Gouveia (Fundação Calouste Gulbenkian e Eduardo Crespo (Centro de Biologia Ambiental.

Fontes: portal.icnb.pt

-Algumas- leituras Adicionais:
Fichas de Anfíbios
Conservação dos répteis no Noroeste de Portugal

Retirado de:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=18317&bl=1

segunda-feira, 19 de abril de 2010

VALE A PENA REFLECTIR COM:

MARTIN LUTHER KING

"O nosso poder científico ultrapassou o nosso poder espiritual. Guiámos mísseis e desencaminhámos homens."

sexta-feira, 16 de abril de 2010

DESENVOLVIDO NOVO MÉTODO DE PRODUÇÃO DE ENERGIA LIMPA RECORRENDO À FOTOSSÍNTESE

Filipa Alves (15-04-10)

O processo envolve a captura dos electrões carregados de energia do interior de células de algas enquanto fotossintetizam, criando uma corrente eléctrica. Por enquanto intensidade da corrente eléctrica gerada é muito baixa e o processo pouco eficiente mas trata-se de um método promissor.

Cientistas da Universidade de Stanford desenvolveram um método de produção de energia limpa, aproveitando a capacidade das algas de produzir energia química a partir da luz do sol, mas sem recorrer aos biocombustíveis.

Quando as algas realizam a fotossíntese para produzir hidratos de carbono, a luz do sol é usada para “quebrar” as ligações das moléculas de água, com produção de oxigénio, protões e electrões excitados - com uma carga energética elevada - que vão sendo passados de proteína em proteína que capturam a energia necessária para a produção de açúcares.

O que os investigadores americanos fizeram foi introduzir eléctrodos de ouro no interior dos cloroplastos e capturar os electrões excitados que são então “aspirados” para fora das células gerando uma mini-corrente eléctrica, produzindo electricidade sem a libertação de carbono.

Por enquanto a produção de energia limpa em grandes quantidades recorrendo a este método ainda está longe porque a intensidade da corrente gerada a partir de cada célula é apenas de 1 picoampere, sendo necessária a utilização de um trilião de células a fotossintetizar durante uma hora para se obter a quantidade de energia equivalente à de uma pilha AA.

Outros aspectos que ainda há a trabalhar são a longevidade das células utilizadas neste método, já que actualmente vivem em apenas uma hora, e a eficiência do processo que neste momento é de 20%, mas que, segundo WonHyoung Ryu, autor principal do artigo em que é descrito o método, pode vir a atingir 100%.

Apesar do trabalho que ainda há a fazer para que se possa tornar vantajosa a utilização a grande escala o método é promissor na medida que é muito mais eficiente que a utilização de biocombustíveis que apenas armazenam 3 a 6% da energia solar.
Retirado de:

quinta-feira, 15 de abril de 2010

"CONHECENDO A CARTA DA TERRA"

A UMAPAZ oferece no dia 22 de Abril, das 14h às 18h, a oficina "Conhecendo a Carta da Terra", com o objetivo de apresentar o documento "Carta da Terra", que foi lançado no ano de 2000, que indica os princípios para uma sociedade global justa, equilibrada, sustentável, pacífica.

O curso será ministrado por Daniela Piaggio, e se destina às pessoas que buscam o autodesenvolvimento e têm interesse em aprofundar seus conhecimentos em sustentabilidade e na Carta da Terra, com temas que falam sobre respeito, justiça social e econômica, democracia, paz e integridade ecológica.

Daniela Piaggio é consultora autônoma e sócia da Germinare Desenvolvimento Humano. Especializada em Psicologia Social e Organizacional e graduação em Administração, Daniela integra a Turma 3 do Programa Carta da Terra em Ação.

A metodologia prevê a utilização de técnicas de aprendizagem de prático-vivenciais seguidas de análise e discussão, exercícios individuais e em grupos que promovem impacto, reflexão e autoconhecimento; simulações da vida real que valorizam a experiência do grupo em conexão com o aporte teórico.

O programa contemplará a Carta da Terra:

* Preâmbulo

* Respeitar e Cuidar da Comunidade

* Integridade Ecológica

* Justiça Social e Econômica

* Democracia, Não Violência e Paz

* O Caminho Adiante

Serviço: "Oficina Conhecendo a Carta da Terra"

Público: aberto a todos os interessados.

Dia e Horário: 22 de abril, das 14h às 18h.

Local: UMAPAZ - Av. IV Centenário, 1268 - Portão 7-A, Parque Ibirapuera, BRASIL

Vagas: 40

Inscrições: envie ficha abaixo para inscricoesumapaz@prefeitura.sp.gov.br

segunda-feira, 12 de abril de 2010

LANÇADA CAMPANHA NATURSAPO

CAMPANHA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ANFÍBIOS

Rui Borralho - Naturlink (12-04-10)

Uma parceria de entidades coordenada pelo portal Naturlink/Sapo lançou uma campanha de cidadania que pretende contribuir significativamente para a conservação dos anfíbios da nossa fauna, através de um conjunto de acções que envolvem intervenções no terreno, difusão alargada de informação e sensibilização ambiental.

O portal Naturlink, enquanto canal ambiental do portal Sapo.pt, está a organizar a campanha de cidadania ambiental NaturSAPO – Campanha Nacional de Conservação de Anfíbios, a qual se insere na iniciativa internacional 2010 – Ano Internacional da Biodiversidade. A campanha beneficia do apoio institucional e operacional da APA – Agência Portuguesa do Ambiente e do ICNB – Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, e da parceria técnica e científica do CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (responsável pela Coordenação Científica), da ERENA – Ordenamento e Gestão de Recursos Naturais, do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, da APENA – Associação Portuguesa de Engenharia Natural, e da SPH – Sociedade Portuguesa de Herpetologia. A acrescer a esta parceria, a campanha é apoiada por um conjunto crescente de instituições privadas, a quem agradecemos e a cuja lista e links poderá aceder nesta página. e no final deste artigo.

Os anfíbios são particularmente sensíveis a alterações do meio e as suas populações têm vindo a regredir a um ritmo preocupante em todo o planeta, devido a um conjunto alargado de ameaças. Nos últimos 20 anos crê-se que se terão extinguido 168 espécies de anfíbios a nível mundial, um número alarmante que se prevê que continue a aumentar nas próximas décadas. Apesar de ainda não se ter extinguido nenhuma espécie de anfíbio em Portugal, o panorama nacional não é animador, estando ameaçados pela destruição de habitat e desaparecimento de zonas húmidas para urbanização, monoculturas florestais exóticas, barragens e infra-estruturas viárias, poluição de rios e ribeiras, introdução de espécies exóticas, perseguição directa.

Neste contexto, a NaturSAPO envolve a realização um conjunto de acções destinadas a contribuir significativamente para a conservação dos anfíbios da fauna portuguesa, através (1) da implementação de acções de conservação no terreno [gestão e conservação de habitats de anfíbios], (2) da realização de iniciativas didácticas destinadas a diferentes públicos [educação e sensibilização], e (3) através da difusão de actualidade noticiosa regular sobre este grupo faunístico tão frequentemente esquecido [comunicação]. As componentes de comunicação e sensibilização ambiental desenrolar-se-ão pelo menos até ao final de 2010 e as acções de conservação no terreno decorrerão pelo menos durante um período de 5 a 10 anos, consoante os locais.

Neste momento, a parceria NaturSAPO já conseguiu reunir os apoios necessários para realizar as seguintes acções:
  • Estabelecimento de um conjunto de seis micro-reservas em diferentes locais de Portugal, que compreendem áreas com lagoas temporárias e troços de ribeiras com particular interesse para a conservação de anfíbios. Para tal, estão a ser estabelecidos acordos com os seus proprietários de modo a garantir que num período mínimo de 5 a 10 anos (consoante os casos) estas áreas sejam geridas de forma a beneficiar as populações de anfíbios, sendo efectuado durante este período o acompanhamento e amostragem das suas populações pela parceria NaturSAPO. Esperamos alargar o número de reservas a estabelecer e estamos a procurar obter os apoios necessários para atingir esse fim.
  • Implementação de acções de recuperação de linhas de água degradadas, empregando técnicas de Engenharia Natural e melhorando o habitat para os anfíbios. Até ao momento garantimos os apoios necessários para a recuperação de dois troços de linhas de água.
  • Organização da conferência internacional “Ecologia e Conservação de Anfíbios”, que decorrerá no dia 30 de Abril de 2010 (Dia Internacional da Conservação dos Anfíbios – “Save the Frogs Day”) no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, onde será apresentado um conjunto excepcional de trabalhos nacionais e internacionais sobre este tema.
  • Organização da exposição “Anfíbios – uma pata na Água e outra na Terra”, que decorre de 5 de Abril a 15 de Maio de 2010 na Casa Andersen, no Jardim Botânico do Porto, e mostra de forma lúdica e interactiva o mundo desconhecido destes animais misteriosos, e o modo como sapos, rãs, relas, salamandras e tritões vivem entre o meio aquático e o meio terrestres ao longo das suas vidas.
  • Realização de um conjunto de acções pedagógicas, enquadradas num plano de educação ambiental sobre a importância dos anfíbios, direccionado para as escolas do ensino básico e secundário. Este plano incluirá a produção de conteúdos didácticos e jogos educativos distribuídos on-line e em CD-Rom, visitas a charcos para observação da sua biodiversidade, campanha de adopção de charcos designada “o charco da minha escola”, apresentações em escolas realizadas por técnicos e investigadores que trabalham com anfíbios, entre outras iniciativas.
  • Produção e actualização do canal NaturSAPO no portal Naturlink/Sapo. Trata-se de um canal internet onde são disponibilizados conteúdos lúdicos e técnicos sobre a ecologia e conservação de anfíbios e onde são divulgadas em permanência as diferentes iniciativas enquadradas nesta campanha e os seus resultados.
  • Realização de uma campanha de comunicação que incluirá a produção e divulgação sistemática de actualidade noticiosa sobre a conservação dos anfíbios e sobre a sua importância directa e indirecta no nosso dia-a-dia, quase sempre desconhecida da grande maioria de nós. Tal implicará a publicação regular de notícias, artigos e entrevistas não só no canal NaturSAPO, mas também nas homepages do portal Naturlink e do portal Sapo, bem como noutros canais do Sapo.pt. Adicionalmente será promovida a divulgação e publicação desta informação num leque alargado de órgãos de comunicação social.
Em suma, através destas acções as entidades envolvidas na Campanha NaturSAPO pretendem contribuir de forma objectiva para a conservação dos anfíbios da nossa fauna, informando, sensibilizando e agindo no terreno. Trata-se de uma iniciativa concebida, organizada e executada por uma parceria que acredita que a sociedade civil pode fazer a diferença e contribuir decisivamente para a conservação da biodiversidade. Se qualquer entidade desejar apoiar esta iniciativa juntando-se a esta parceria, ou se pretender divulgar outras acções de conservação de anfíbios que já estão a ser implementadas recorrendo aos meios de comunicação da campanha, teremos muito gosto, e todo o interesse, em receber essa informação e em analisar as melhores forma de cooperação. Agradecemos o contacto através do endereço de correio electrónico naturlink@naturlink.pt .

Retirado de:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=80&cid=17882&bl=1

quarta-feira, 7 de abril de 2010

NASCERAM EM SILVES

AS DUAS PRIMEIRAS CRIAS PORTUGUESAS DE LINCE-IBÉRICO EM CATIVEIRO
Filipa Alves (07-04-10)

A fêmea fundadora, em Outubro do ano passado, do grupo reprodutor alojado no Centro Nacional de Reprodução do lince-ibérico deu à luz duas crias no passado domingo de Páscoa. Os partos decorreram sem incidentes e a mãe exibe “dedicação e tranquilidade” em relação à sua ninhada.
Depois de, no início de Março, os projectos de conservação do lince-ibérico terem sofrido um revés com a morte de vários indivíduos em cativeiro devido uma infecção renal que se veio a revelar afectar também uma parte significativa dos restantes animais que integram o projecto bem como dos animais das populações selvagens, a Páscoa trouxe boas-novas.

Com efeito, no passado domingo nasceram no Centro Nacional de Reprodução do lince-ibérico em Silves, as primeiras crias do projecto português de Conservação da espécie.

A mãe é Azahar, a fundadora da colónia do centro de Silves, proveniente do Zoobotánico de Jerez de la Frontera - onde nunca tinha conseguido procriar possivelmente devido ao stress associado à vida num centro urbano - e o pai é Drago, que chegou a Portugal vindo do centro de reprodução de La Olivilla.

Segundo fonte do Ministério do Ambiente, os partos de Azahar decorreram sem incidentes e as crias são “robustas e activas” sendo alvo de “dedicação e tranquilidade” por parte da mãe que, embora inexperiente, tem exibido o comportamento maternal correcto.

Durante estas primeiras semanas a monitorização do desenvolvimento das crias decorrerá exclusivamente através das câmaras de videovigilância instaladas nos recintos. Se tudo correr como previsto será apenas na 3ª ou 4ª semana de vida que a equipa do centro de reprodução de Silves terá o primeiro contacto com as crias para avaliar o estado físico dos animais e determinar o seu sexo.

Os nascimentos em Portugal somam-se aos nascimentos nos centros de reprodução do projecto espanhol de Conservação Ex-situ do felino mais ameaçado do mundo, totalizando 9 crias nascidas na actual época de reprodução em cativeiro.

A par do sucesso da reprodução em cativeiro do lince é também notícia o sucesso das primeiras reintroduções de linces em Guadalmellato (Córdova), que tiveram início no ano passado – pelo menos uma das 3 fêmeas está prenhe e uma outra já estabeleceu contacto com a população de Andújar, um dos objectivos das acções de reintrodução.

Retirado de:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=17677&bl=1