sexta-feira, 16 de abril de 2010

DESENVOLVIDO NOVO MÉTODO DE PRODUÇÃO DE ENERGIA LIMPA RECORRENDO À FOTOSSÍNTESE

Filipa Alves (15-04-10)

O processo envolve a captura dos electrões carregados de energia do interior de células de algas enquanto fotossintetizam, criando uma corrente eléctrica. Por enquanto intensidade da corrente eléctrica gerada é muito baixa e o processo pouco eficiente mas trata-se de um método promissor.

Cientistas da Universidade de Stanford desenvolveram um método de produção de energia limpa, aproveitando a capacidade das algas de produzir energia química a partir da luz do sol, mas sem recorrer aos biocombustíveis.

Quando as algas realizam a fotossíntese para produzir hidratos de carbono, a luz do sol é usada para “quebrar” as ligações das moléculas de água, com produção de oxigénio, protões e electrões excitados - com uma carga energética elevada - que vão sendo passados de proteína em proteína que capturam a energia necessária para a produção de açúcares.

O que os investigadores americanos fizeram foi introduzir eléctrodos de ouro no interior dos cloroplastos e capturar os electrões excitados que são então “aspirados” para fora das células gerando uma mini-corrente eléctrica, produzindo electricidade sem a libertação de carbono.

Por enquanto a produção de energia limpa em grandes quantidades recorrendo a este método ainda está longe porque a intensidade da corrente gerada a partir de cada célula é apenas de 1 picoampere, sendo necessária a utilização de um trilião de células a fotossintetizar durante uma hora para se obter a quantidade de energia equivalente à de uma pilha AA.

Outros aspectos que ainda há a trabalhar são a longevidade das células utilizadas neste método, já que actualmente vivem em apenas uma hora, e a eficiência do processo que neste momento é de 20%, mas que, segundo WonHyoung Ryu, autor principal do artigo em que é descrito o método, pode vir a atingir 100%.

Apesar do trabalho que ainda há a fazer para que se possa tornar vantajosa a utilização a grande escala o método é promissor na medida que é muito mais eficiente que a utilização de biocombustíveis que apenas armazenam 3 a 6% da energia solar.
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