sexta-feira, 23 de abril de 2010

PRODUÇÃO DE BIOCOBUSTÍVEIS

A PARTIR DE CULTIVOS AGRÍCOLAS É MENOS EFICIENTE DO QUE PRODUÇÃO DE ALIMENTO
Filipa Alves (20-04-10)

Esta é a conclusão de um estudo realizado por investigadores americanos que avaliou a energia consumida e gerada pelo cultivo de milho, soja e trigo usando quatro sistemas agrícolas diferentes.

A utilização de terras agrícolas com o objectivo de produzir biomassa para fabricar combustíveis, em vez de cultivos de alimento para consumo humano tem sido alvo de muita polémica, sobretudo porque a terra arável é um recurso finito.

Como critério para decidir entre a alocação de terra para a produção de alimento ou para o fabrico de combustíveis cientistas americanos propõem se opte pela solução mais eficiente em termos energéticos.

A fim caracterizar o perfil energético das duas opções cientistas da Universidade Estatal do Michigan avaliaram a quantidade de energia consumida e gerada pelo cultivo de milho, soja e trigo usando quatro sistemas agrícolas diferentes – lavoura convencional, sem revolver a terra, com reduzido consumo de químicos e orgânica – ao longo de 18 anos.

Os resultados revelaram que a produção de grãos com fins alimentares usando métodos que não revolvam a terra é a mais favorável em termos energéticos, já que ao não revolver a terra se poupa em combustível essencial ao funcionamento dos tractores.

Por outro lado, verificou-se que a produção de um 1Kg de milho para consumo humano representa um ganho energético maior do que se se converter essa massa em etanol ou se for utilizada para produzir ração para animais.

Por outro lado, a produção de alfafa para fabrico de biocombustível é 60% mais eficiente do que a sua utilização para o fabrico de alimento para o gado.

Segundo Ilya Gelfand, que participou no estudo “O ideal é produzir milho como alimento, e depois deixar metade dos talos e das folhas no terreno para a conservação do solo e usar a outra metade para produzir etanol de origem celulósica”.

E Phil Robertoson acrescenta “Pode não haver talos de milho em quantidade suficiente para suprir as necessidades energéticas e nesse caso a política a adoptar pode ser a oferta de incentivos para o produção de culturas que ofereçam maiores benefícios ambientais que o milho, incluindo os incentivos para a produção de herbáceas [para fabrico de biocombustíveis] em terras menos produtivas”.
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