"Trata-se de uma peça fundamental das negociações para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa a nível internacional pós-2012.
O pacote energia-clima, o maior documento legislativo a nível mundial de esforço de combate às alterações climáticas, está com o futuro comprometido por alguns Estados-membros mais interessados em proteger os interesses a curto prazo das indústrias nacionais. A Polónia, que está no centro das atenções como país anfitrião das negociações climáticas da ONU, é um dos Estados-membros que está obstruir as negociações para um acordo forte, em conjunto com outros sete Estados na Europa de Leste, com a ajuda da Itália e ainda da Alemanha, neste caso no que respeita à defesa dos interesses da indústria fortemente consumidora de energia. (...)
A confusão na Europa é grande: um Parlamento Europeu relativamente exigente, uma Comissão Europeia que tenta garantir a integridade das suas propostas e um conjunto de Estados-membros que se opõem às medidas. Mais ainda, uma Presidência Francesa desesperada em conseguir um acordo a todo o custo que por isso pode sair muito fragilizado, mas que em véspera de eleições europeias e numa fase crítica de afirmação da UE nas negociações da Polónia é fundamental. Tudo isto, com reuniões das diferentes partes a culminar em decisões que têm de ser tomadas em Conselho Europeu a 11 de Dezembro, um dia antes do final da Conferência das Nações Unidas que já se prevê prolongar até à tarde de 13 de Dezembro.
Com os olhares colocados nos EUA, a Europa irá enfrentar um embaraço internacional se falhar o seu compromisso interno de redução de emissões e combate às alterações climáticas, perdendo a liderança política nesta matéria. Mas infelizmente, é isso que está à beira de acontecer…"
(artigo publicado por Francisco Ferreira no jornal "Público" de 2 de Dezembro de 2008)
Retirado de: http://poznan.blogs.sapo.pt/
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