quinta-feira, 14 de maio de 2009

RUBRICA: Grandes Personalidades

SIMÃO TOCO, O PROFETA ANGOLANO
1.
Simão Toco nasceu em Fevereiro de 1918, no norte de Angola, em Quisadi quibango e é considerado um profeta africano. Iniciado muito jovem no culto baptista, numa linha de pensamento próxima de Simão Kimbangu. Ele funda um movimento religioso inicialmente denominado “Kitawala” e que persegui-a sobretudo o poder colonial Belga no Congo, onde vivia pouco antes da independência deste.
Fundação da igreja tocoísta, ocorre em 25 de julho de 1949 e o que assinala o nascimento deste movimento, é a narrativa da descida do Espírito Santo sobre Simão Toco e seus companheiros, numa noite de oração, quando estes começaram a tremer, falar em línguas desconhecidas e citar passagem da Bíblia, notadamente Actos I e II.
Uma vez presos e deportados pelo regime belga e entregues ao governo Português, em 1950, o movimento tocoísta adquiriu uma nova dimensão. Simão Toco e seus aderentes foram espalhados por diversas partes do território angolano, no intuito português de enfraquecer o movimento. Todavia, este espalhamento (que incluiu sucessivas transferências de Simão Toco para várias regiões do país) resultou na disseminação da doutrina tocoísta, tornando o movimento trans – étnico e nacional e não apenas de carácter bakongo/angolano.
As características da doutrina tocoísta eram basicamente a de recusa do regime colonial, sem no entanto estabelecer uma ruptura a nível político com este regime, adoptando uma postura de obediência às autoridades e de dedicação ao trabalho e aos estudos, com ênfase no aprendizagem da língua portuguesa. A separação (espiritual) operada pelo grupo religioso do “mundo dos brancos” foi acompanhada do rompimento com alguns valores tradicionais, sobretudo relacionados às autoridades tradicionais.
Esta atitude indica a vontade de alheamento do grupo religioso tanto do sistema burocrático colonial (mundo dos brancos) como do sistema “costumeiro” (poder tradicional).
Neste caso, a importância dada às mulheres na hierarquia da igreja, a proibição da poligamia e a adopção de algumas regras de vestimenta (à ocidental), corte de cabelo e uso de símbolos de identificação indicam esta posição refractária ao sistema tradicional e de criação de um grupo à parte.
De acordo com alguns relatos, Simão Toco, seria portador de alguns poderes sobrenaturais, o que teria motivado o Papa João XXIII a enviar um emissário para se encontrar com ele em 1962. Outro facto referido, seria a afirmação nos anos 80 de João Paulo II, de que “Cristo é Africano e vive no norte de Angola”
Simão Toco morre na noite de 31 de Dezembro a 1 de Janeiro de 1984.
É de referir a implantação do movimento tocoísta no Japão.
Para saber mais ler: "Simão Toco - A Trajectória de um Homem de Paz" editor: Editorial Nzila
2.
Durante o período em que ele foi deportado para a nona vez durante a sua estada em Luanda, Pope John XXIII Vaticano enviou dois emissários para Luanda para satisfazer Simao Toko e dar-lhe uma mensagem pessoal.
Um dos dois emissários adoeceu após a sua chegada em Luanda e teve que ser hospitalizado, o outro foi recebido por Simao Toko, e ele disse: "Eu sou um emissário do Papa João XXJII, que encarregou-me pessoalmente para lhe pedir um pergunta: "Quem és tu?" ». . Isto foi em 1962 (dois anos após o prazo que o Vaticano teria tido a divulgar o terceiro segredo de Fátima).
Simão Toko e respondeu:
"Estou surpreso que alguém tão alto como o Papa está interessada em mim para apontar-lhe uma viagem de 8.000 km, só para me encontrar.
A resposta que deveria dar ao seu mestre está na Bíblia, Mateus XJ, 2-6.
Olhemos para o que está nesta passagem de Mateus: "E João de prisão ouviram as obras de Cristo, ele enviou os seus discípulos, dizendo: Você é quem vem?, Ou se esperar outro? "Jesus respondeu-lhes:" Vão dizer que ouve João e você ver: os cegos ver, os coxos andam, leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos sobem, os pobres são evangelizada. E maravilhoso que eu não escandalise. » "
[A Bíblia, Novo Testamento - Bibliothèque de la Pléiade, MTT. XI, 2-6] XI, 2-6]
2.

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