04/05/09 12:53
São ainda pouco mais de uma dúzia de projectos mas o impacto é positivo.
"Um dia todos os edifícios serão verdes". A frase surge em jeito de desafio no site da Adene - entidade que gere o Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios. Pretende convencer os construtores e promotores de que o cumprimento das normas de certificação energética é apenas um primeiro passo para a construção verde e sustentável. Embora se contem ainda pelos dedos, a verdade é que já há projectos de construção verde em Portugal. São pouco mais de uma dúzia mas estão a servir como bons exemplos para a maioria dos promotores nacionais que continuam a cumprir as regras da certificação energética apenas nos mínimos exigidos.
Num questionário enviado a um conjunto de empresas ligadas ao imobiliário com a pergunta "conhece algum projecto que melhor responda às exigências da construção sustentável?", as respostas ditaram em uníssono o vencedor: o edifício de escritórios Natura Towers, em Lisboa, promovido pela MSF, parte reservada à futura sede da construtora. José Fortunato, presidente da MSF Tur- Im., esclarece que o empreendimento, em fase de conclusão na zona de Telheiras Norte, é "constituído por um dupla fachada, em que uma delas apresenta um revestimento vegetal, que permite uma plantação xerófita e autóctone, um sistema de rega gota a gota integrado nos painéis da fachada, obtido através da captação e reutilização de águas pluviais". Embora a dupla fachada resulte numa perda de área de construção, permite no futuro poupanças no aquecimento, que serão reflectidas no custo do condomínio e da exploração. José Fortunato esclarece que o custo adicional, com a construção dos dois edifícios que constituem a Natura Towers, é de 20%. Mas a poupança futura em energia pode atingir os 70%.
Mas há outros projectos de habitação residencial e turística, nomeadamente em Óbidos, que fazem desta autarquia a que mais tem contribuído para a construção sustentável. Trata-se dos projectos turísticos "Bom Sucesso", promovido pela Acordo SGPS, "Casas dos Arcos", do grupo Lena, e "Royal Óbidos", promovido em parceria entre os irlandeses da Oceânico e a MSF. Este último que resultou já no estabelecimento de um protocolo com a autarquia que obriga à utilização das regras e técnicas da construção sustentável. Há outros projectos de habitação que são referenciados no mercado como apostas bem conseguidas na construção sustentável. É o caso do "Pátio das Camélias", um empreendimento da Habitâmega, em Penafiel, e o ‘resort' "Quinta do Lorde", em Ponta de São Lourenço, na Madeira, promovido pela sociedade Quinta do Lorde.
Um factor diferenciador
Embora a generalidade dos promotores procurem apenas cumprir a legislação obrigatória, quer por falta de informação, quer por questões económicas, existem no entanto alguns que utilizam a construção sustentável, como factor de diferenciação do respectivo produto", considera Alberto Cabral, director da Invescon, consultora associada da Worx.
Custo adicional de 30% mas poupança de energia atinge os 70%
O custo adicional com a construção verde é estimado pelos promotores em valores que rondam entre os 20% a 30%. Contudo a poupança a nível energético será muito significativa. Os especialistas apontam para valores que rondam entre os 40%, mas que podem atingir os 70%, nos projectos mais sofisticados. Em Portugal continua a existir, da parte dos consumidores, alguma desconfiança em relação às vantagens da construção verde, devido à falta de informação. Contudo nos mercados internacionais o ambiente é já uma prioridade, o que leva os promotores de turismo residencial a avançaram para a construção verde.
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