A espuma condensada em lata de spray polui antes e depois do seu uso, segundo especialistas. Quando é produzida, a partir de combustíveis fósseis, emite CO2, explica o pesquisador do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) Marcio Nahuz.
Por mais que seja feita de celulose, a serpentina tradicional geralmente é composta de papel reciclado, o que poupa árvores, conforme Nahuz.
Segundo Márcia Guekezian, coordenadora do curso de química da Universidade Mackenzie, os solventes usados na composição do spray são outro inimigo: poluem o ar a cada aperto da válvula. "Algumas marcas importadas, piratas, têm até CFC (clorofluorcarboneto), muito nocivo à camada de ozônio e proibido por lei."
O problema continua também depois do baile. Após o uso, restam resíduos químicos no fundo da lata, o que impossibilita sua reciclagem, afirma a especialista.
Por seus efeitos nocivos, a serpentina "enlatada" foi proibida em cidades como Caraguatatuba (SP), Pedreira (SP) e Rio de Janeiro, lembra Geraldo Fontana, professor de engenharia química do centro universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
Fontana adverte que, para ser reciclada, a serpentina de papel deve ser recolhida antes de misturar-se com água ou outras substâncias. Caso contrário, sua reutilização fica muito mais cara e o material pode parar em algum bueiro, piorando as enchentes típicas do período de verão.
Se os argumentos ecológicos não foram suficientes pra dar bandeira branca à espuma neste ano, o bolso talvez seja. O preço da serpentina de papel é bem mais baixo.
Retirado de:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u504606.shtml
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