sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

ONU E CIENTISTAS PLANEJAM PROJETO INTERNACIONAL DE BIODIVERSIDADE

19/02/2009 - 14h59
da France Presse, em Nairóbi

Os cientistas pretendem criar um mecanismo internacional especializado em biodiversidade para serem ouvidos pelas autoridades que tomam decisões nesta área, como o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). No entanto, alguns países, como o Brasil, estão relutantes devido à preocupação em proteger a soberania.

A ONU decidiu, mesmo assim, ir adiante: o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), anunciou nesta quinta-feira (19), em Nairóbi, sua decisão de organizar uma reunião intergovernamental dedicada a este assunto "o mais rápido possível em 2009."
Atualmente, não existe nenhum mecanismo de análise sobre a erosão da biodiversidade no mundo. O ministro francês do Desenvolvimento Sustentável, Jean-Louis Borloo, defendeu o projeto em Nairóbi.

"Claro, existem problemas de soberania, mas precisamos encontrar soluções", disse.

Mas países como o Brasil ou a Colômbia, que possuem uma fauna e uma flora de uma riqueza excepcional, manifestaram suas reticências. Outros países, como a China, questionam a necessidade de adotar uma nova ferramenta, mas já existem diversas convenções internacionais, como a Convenção sobre a Diversidade Biológica.

"Eles não querem que nós nos intrometamos no que acontece no país deles", disse Maxime Thibon, especialista da Fundação Francesa para a Biodiversidade, presente em Nairóbi.

Contrariamente ao clima, que é um fenômeno global, a erosão da biodiversidade é localizada.

Mas com a complexidade das questões, a comunidade científica responsável por este assunto é muito fragmentada e, de repente, não consegue se fazer ouvir pelas autoridades políticas, que são as que tomam as decisões.

O Brasil se defende de querer conter o projeto: "Nós não somos nada contra", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em Nairóbi. Ele deseja no entanto que este futuro mecanismo seja colocado sob tutela da CBD, o que dificultaria o processo, segundo os defensores desta Ipbes.
Os EUA se interessaram pela ideia, afirmou Daniel Reifsnyder, chefe da delegação americana na capital queniana.
O ano de 2010 é o limite para o comprometimento internacional para desacelerar a erosão da biodiversidade.
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