“O MUNDO PULA E AVANÇA”
O HOMEM E AS SOCIEDADES TÊM DE REFORMAR!
Tal como já muitos cientistas e colegas defendem em muitos planos da medicina, sejam eles integralistas - convencionais ou não, o século XXI não é o século da “cura das doenças”, mas, sim, o exacto momento para a busca e encontro da Saúde para todos, e por todos os indivíduos, no qual, cada indivíduo por si só buscará e encontrará a solução para todos os seus problemas, sem grandes dependências, prepotências e toxicodependências endógenas ou exógenas. Eis, porque, a Lei Cósmica, chamada no Oriente de Karma, é uma chave que podem todos os indivíduos utilizar para organizar as suas vidas, em vez de se deixarem agonizar eternamente com tantos e inexplicáveis factos que formam totalmente o tecido daquilo que parece “acaso” na vida quotidiana dos mesmos.
Na Cultura Asiática, particularmente dos países de expressão e fé budista, o assunto do Karma é básico para todos os seres viventes e, essa conhecida doutrina milenar, primeiramente nascida no seio da filosofia hindu, é o segredo para solucionar muitos mistérios aparentes da vida humana nesta terra.
Relembrando Albert Einstein, que disse brilhantemente esta frase: “Deus não joga aos dados com o Universo”, poder-se-á aferir dela – através da compreensão da Lei do Karma – que não precisamos sucumbir desamparadamente sob a “desgraça” ou a “penúria” que, momentaneamente, nos possa cair sobre as nossas vidas, dado que, todas as coisas que nos acontecem, provêm sempre de algo que provocou em nós mesmos a inextinguível atracção da “Causa-E-Efeito”, ou seja, que todos nós sofremos o “condicionamento” vivido e experimentado porque existe uma causa desconhecida que precisa ser descoberta, reconhecida, aceite e, sobretudo, absolvida e absolutamente ultrapassada, ou melhor, transcendida em cada gesto de aceitação e do perdão em nós mesmos sentidos e para com todos os outros intervenientes na nossa vida do dia a dia.
A palavra Karma não refere “sorte”, “fatalismo” ou “destino” como muita gente ainda julga por estas paragens; nada – efectivamente – está predestinado, excepto alguns aspectos que se prendem com as tendências bio-psico-orgânicas de cada homem que, mesmo sendo assim, podem ser de todo reprogramadas e reformuladas naquilo que se chama vivencialmente a hereditariedade humana; quase tudo é um acontecimento sequencial emergido logicamente de antecedentes particularmente gravados no útero materno, logo após o aparecimento do “zigoto”. Ora, conhecer esta realidade e estes factores e, através deles e desse reconhecimento evoluir para a verdadeira “liberdade de ser”, é uma maneira de encarar a existência com mais harmonia tanto no confronto com o tal “fatalismo” que tanta gente por aí sustenta, como aceitando o “livre arbítrio” como instrumento de maior saúde mental e de auto-responsabilidade, que é, sem sombra de dúvida, um factor mal entendido e muito pouco discutido nas sociedades atavicamente pervertidas pelo velho conceito do “destino” e do “sacrifício” pessoal ou colectivo como única maneira de chegar ao “céu” da transcendência e da salvação divinas.
Como é óbvio – o Karma não tem nada a ver com a velhíssima e incoerente concepção de julgamento divino, punição, padecimento ou perdição eterna. Também, felizmente, não é um credo que defenda de forma simplista a sustentação da ultrajante e anacrónica Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”. O Karma não trata nada sobre o “pecado”, original ou qualquer outro ponto de vista semelhante, a não ser talvez no sentido da palavra grega que foi traduzida para a língua inglesa como “pecado” na Bíblia do Rei James. Ora, aproveitando o ensejo, a palavra grega (que deixo para os verdadeiros teólogos acharem) traduzida como “pecado” significa tão simplesmente “falhar a marca” e era um termo, como poderão os estudiosos conferir, usado pelos velhos e históricos arqueiros por não terem atingido o alvo. Ora, se cada um de nós, partindo do pressuposto de aceitarmos a proposta da auto-realização, seremos capazes de achar útil que possamos regularmente avaliar se estamos ou não a atingir o alvo ou a pecar por estarmos a falhar a marca?
Para terminar, relembro que no Novo Testamento (que tanto bem estudei durante longos anos), o apóstolo Paulo retiniu uma consciência com reminiscências que se podem traduzir provenientes da Lei do Karma e de metas espirituais fundamentais quando escreveu aos Gálatas, no capítulo seis:
- “Não se deixem enganar: Deus não será escarnecido; pois tudo o que o homem semear, colherá”.
- “O que o homem semear na carne, da carne colherá a corrupção, quem semear no Espírito, colherá a vida eterna”.
- “Não nos cansemos de praticar o bem, pois, a seu tempo, colheremos, se não tivermos desfalecido”.
Pois bem, neste tempo de 2009, é realmente época de reflectir sobre a nossa vida, ou melhor, é imperativo examinarmos, particularmente, sobre a capacidade individual de ser altruísta no verdadeiro sentido da palavra.
Bem Hajam
Carlos Amaral, Venerável Lama Khetsung Gyaltsen
Mestre em Naturopatia;Especializado em Medicina Ortomolecular; Medicina Homeopática; Medicina Homotoxicológica; Medicina Ayurvédica e Tibetana;Doutorado em Religiões Comparadas e em Metafísica;Investigador em Psicologia Transpessoal & Regressão Memorial;Professor de Budismo, Meditação Tibetana, Raja-Yoga, Kryia-Yoga e Karma-Yoga; Autor e Palestrante.
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